quarta-feira, maio 12

Alcobaça e a religião

E lá fui eu estrada fora, desviei 20Kms e fui visitar o Mosteiro de Alcobaça. Muito lindo, sim senhor, com os túmulos de D. Inês de Castro e de D. Pedro I e aquela lindaaaaa história de amor deles, tão linda quanto triste. E triste esteve o dia, sempre chuvoso e de céu escuro. Lá fiz o que ia fazer e pus-me à estrada outra vez, desta feita a ouvir todas as rádios que falassem do Papa.
Eu não sou uma pessoa muito devota. Ou melhor, eu sou católica, mas não pratico. Ou melhor, pratico à minha maneira. E acho que é a maneira de muito boa gente praticar. Falo com Ele muitas vezes, de muitas formas, às vezes num "tu cá tu lá" que até estranho. Mas nestas alturas em que todo o país está voltado para a visita do Santo Padre, dou por mim a emocionar-me em frente à televisão ou mesmo a ouvir na rádio, por ver a quantidade de gente que tem fé e que acredita e que pede e que acena e que reza. Emocionei-me muitas vezes no caminho, a ouvir a descrição do helicóptero onde viajava o Papa a sobrevoar o nosso Cristo Rei e as crianças a cantarem e a gritarem "Viva o Papa! Viva o Papa!"
Eu sou de choro fácil. Muito fácil até. Mas nestas coisas fico a pensar. E chego à conclusão que é bom ter-se fé. Que é bom acreditar em algo superior. Que é bom termos a quem recorrer nas nossas orações, ainda que seja quase sempre e só nas situações em que nos sentimos aflitos ou nas outras situações, em que estamos mesmo muito felizes e temos que agradecer. Só não sabemos a quem. Confesso que já estive zangada com Ele algumas vezes na minha vida. Mas retomo sempre a nossa relação. E fazemos as pazes. E ainda assim nunca senti represálias vindas de Cima pelas zangas que temos tido. Pelo silêncio que muitas vezes se abateu sobre a minha fé. O que é certo é que ela se mantém, mais ou menos presente, e é nestas alturas que mais a sinto. E fiquei cheia de vontade de ir com o piolho ao Santuário de Fátima. Não hoje. Muito menos amanhã que eu gosto pouco de ajuntamentos. Mas um dia destes passo por lá. E sou menina para acender uma vela só porque sim. Só porque acredito que aquela força superior a quem tantas vezes recorro nas minhas orações, ainda que silenciosas, me tem dado uma vida maravilhosa. Mais aquela história das janelas que se fecham e as portas que se abrem. Não sei se é coisa do destino, não sei se é coisa Dele. Mas tenho que agradecer. É isso.

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