Eu sabia que o vendedor era daquelas pessoas que, lamentavelmente, acabou por perder a própria casa para o Banco porque deixou, há muito, de pagar a hipoteca.
Estas escrituras nunca são feitas de ânimo leve e o ambiente, normalmente, é pesadíssimo.
Pois que hoje não foi diferente...
A alteração que houve para as demais do género foi que o vendedor, aquele senhor que perdeu a casa, ia embriagado para a escritura. Vulgo bêbado, com os copos, com um pifo dos piores.
De tal maneira que eu própria, cuja boca não toca sequer em alcool há vários meses, se não anos, vá, às páginas tantas, e tão somente com o bafo da personagem, me comecei a sentir tonta e mal disposta, e quase pedi um copo de água e que abrissem a janela por favor, sob pena de deitar cá para fora o pequeno almoço que tinha tomado com todo o prazer, como aliás faço todas as manhãs.
Vá lá que a coisa se despachou relativamente rápido e não chegou a tanto.
A própria notária comentou por diversas vezes que o senhor não estava bem e, não fosse a irmã do dito estar presente e atestar a vontade, a escritura não se tinha celebrado pois ele seria visto como incapaz para o acto.
Ai eu....
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