quarta-feira, abril 11

Palavras que podiam ser minhas:

"Faço assumidamente parte daquele grupo de pessoas que está presente nas mais variadas formas de redes sociais. Blogs, linkedins, facebooks, twitters, foursquares, foodspottings and so on and so on.
Há pessoas, umas com dois dedos de testa, outras não tanto, que acham que me exponho demasiado. E esse conceito de exposição excessiva é algo que não compreendo. Eu exponho aquilo que quero. Eu controlo aquilo que exponho. Eu defino aquilo que exponho. Eu, eu, eu. Mais ninguém. Assim sendo, só eu sei o que é excessivo ou não. Essa balança é minha e só eu é que a posso calibrar. Eu estou presente na rede porque quero. É uma decisão minha e a responsabilidade não é de mais ninguém que não minha.
Quem critica abertamente aqueles que se comportam como eu, alegando valores como a privacidade ou a segurança, só podem estar deslocados da era em que vivem (e não se dão conta disso). A verdade é que daqui a 5 anos eu e a minha família não vamos estar a viver num qualquer lugar ermo, sem electricidade e água canalizada. A realidade (mentalizem-se disso) é que daqui a 5 anos vamos ter a nossa vida ainda mais absorvida pela web.
Estar presente nas redes sociais ultrapassa cada vez mais uma forma de viver. É uma forma de comunicar. É uma forma de estar presente na sociedade real (desenganem-se se pensam que é só uma sociedade virtual).
Se podemos dizer que queremos remar contra a maré? Claro que sim. Mas será essa a atitude correcta? Pelos nossos filhos? Pela geração que aí vem? Eu sei que estabelecer o limite entre o que é tacanho e o que é razoável não é fácil. (...)
Se é verdade que a nossa exposição e a dos nosso filhos é um risco? Caramba, claro que é. Mas a verdade, e os créditos desta expressão não são meus, é que eu não sou assim tão importante. (...) Nós, não somos assim tão importantes. E o risco de exposição que se corre por se estar na web e poder ser “observado” ou “perseguido” por um qualquer maníaco, arrisco-me a dizer que é quase similar ao de se ter um vizinho maluco com uns binóculos no prédio da frente ou ao de se ter um qualquer pedófilo a espreitar pelo muro de um colégio.
É muito bonito e fácil arranjar meia dúzia de argumentos aparentemente inteligentes e intelectualmente estruturados para condenar e criticar a exposição na Web. Já o contrário não é assim tão linear. Justificar racionalmente e com motivos válidos a presença nas redes sociais não é assim tão vendável. Mas a verdade é que eu nunca fui de gostar de coisas fáceis."


Mas não são. São dela: www.eutueosmeussapatos.com , que escreve maravilhosamente...

2 comentários:

  1. Concordo plenamento, uma pessoa bem tenta fugir e tal mas o futuro é cada vez mais "aberto"... embora tenha um blog privado, ninguem me dá certezas de que quem me lê não é um psicopata qq a passar-se por uma maezinha toda mimosinha e cheia de filhos e feliz!
    seja como for eu apenas privatizei pk haviam pessoal do meu trabalho q me liam e prefiro a ter desconhecidos a pessoas conhecidas :p

    jokas

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  2. Só para ser do contra, estudos demonstram que os primeiros a aderirem ao FB já se estão a afastar desse mundo, devido à exposição excessiva e à superficialidade das conversas.
    Também têm que concordar comigo que é no mínimo estranho que pessoas como os criadores do Google não tenham qualquer tipo de informação disponível na net.
    Mais do que a exposição excessiva, o que me assusta é a quantidade de informação que, por exemplo, a google tem a respeito de cada um de nós (por via do gmail, das pequisas que fazemos, analytics, etc, etc), vezes milhões de pessoas no mundo inteiro!!!
    Não é por acaso que a publicidade que eles colocam no nosso email se relaciona com os assuntos de que falamos.
    O lema deles é e tem sido "don't be evil". Já pensaram se eles alterassem a sua forma de estar?

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