quinta-feira, outubro 18

Dar sangue


Hoje fiz uma coisa da qual muito me orgulho: tornei-me dadora de sangue.
Há muito tempo que o queria fazer, mas por isto por aquilo, fui adiando.
Depois engravidei outra vez, e depois era porque ainda dava de mamar mas hoje foi o dia.
Instituto de Oncologia de Lisboa.
Aí fui eu. E mais uma amiga.
Almocei primeiro, ora pois, e pus-me ao caminho.
À chegada, um friozinho no estômago.
Ao entrar naquele grande hospital tive receio do que pudesse encontrar pelos corredores, de ver crianças sem cabelo, de ver aquilo que todos tememos... nada. Não vi nada.
Lá encontrámos o sítio. Uma enfermeira em frente ao computador, ia chamando para nos inscrevermos. Respondemos ao inquérito da praxe, idade, peso, estado de saúde no geral, se temos actividade sexual perigosa, de mudámos de parceiro sexual nos últimos meses, se temos ou tivémos alguma doença sexualmente transmissível, se fomos operados há menos de um ano, se temos mais de 18 anos... depois, consulta com uma médica. Em gabinete fechado. As mesmas perguntas. Quantas gravidezes, quantos filhos, profissão, medir a tensão. A minha colega chumbou aqui e, por ter a tensão baixa, não pôde dar sangue. Eu passei mas tive que aguardar que a digestão do arroz de pato passasse. Há um risco muito grande, tirar sangue a meio da digestão, sabe? Disse-me a médica, muito séria. E eu, tudo bem, esperemos então até fazer as duas horas da ordem.
Agora deite-se aqui. Quer um cafézinho? quero, pois, a ver se não me dá para aqui nenhum chilique como, aliás, é costume...
Portei-me tão bem, senhores! Tão bem! Não doeu (quase nada) espetar a mega-agulha (epá, nem me quero lembrar do tamanho da bicha!!!...) e durante 10 minutos foi sempre a bombar. E tomem lá 450g de sangue. E façam com ele o que bem entenderem.
E medula? Também quer ser dadora de medula?
Que raio de pergunta! É óbvio que quero! O que é que estou aqui deitada a fazer se não puder salvar vidas e ajudar quem precisa?! Já que aqui estou, oh faxavor, é para tudo.

E pronto.

E pronto o escambáu!
Mal me levantei, sente-se bem?, sim, sim, ....ui... cabeça à roda, ai que aqui me fico, vamos mas é embora.... emborquei um pacote de açucar inteirinho e a chuvinha que apanhei até ao carro não me deixou desmaiar.

Orgulho. Um orgulho enorme é o que sinto. E agora é comer bem e beber muita água nas 24h seguintes.
E daqui a 4 meses estou lá caída outra vez.

2 comentários:

  1. Eu tambem já fui...mas olha que não me portava tão bem como tu. beijos e parabens por esta iniciativa

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  2. Eu também chumbei pela tensão baixa (8/6), mas passei como dadora de medúla óssea!

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