quinta-feira, março 18

E ter que fazer conversa de circunstância com pessoas com as quais temos muito pouco à vontade? É uma chatice. Aconteceu-me há pouco. Numa sala de reuniões. À espera da Sra-Dra-Notária-dos-sapatos-Louboutin. Até sobre o trânsito se falou. Mas é uma chatice. E depois há aqueles minutos de silêncio constrangedor. E a outra parte, daquelas impecáveis: verniz escolhido a dedo, vestido de seda, blaser a condizer, sapatos altíssimos, sombra dos olhos no tom das riscas do vestido. Se eu pudesse, olhava com muito mais atenção. Para tirar umas ideias. Mas tinha que arranjar conversa. E foi uma chatice.

Mas depois, à saída, olhei para o céu e achei que o Senhor São Pedro ia ser meu amigo e que até podia arriscar a ir a pé, o kilómetro que me separava do escritório e pus-me ao caminho. Cheguei afogueada mas com a sensação do dever cumprido: assinei a escritura, fiz conversa de circunstância e o exercício físico que me compete. Muito bom.

Sem comentários:

Enviar um comentário